Nesta jornada, os Diretores Criativos voltam o olhar para a figura de Mariano Fortuny: o alquimista que manipula a luz a fim de de fixar a eternidade, o artista na fronteira entre o Oriente bizantino e o Ocidente clássico, que cria o vestido moderno, o delphos, que se apodera dos impulsos do progresso no recesso da tradição. Em uma coreografia tão natural quanto composta, Fortuny está cercado por uma galeria cristalizada de personagens cujas pesquisas sobre a liberdade dos gestos nasce de um pensamento profundo sobre a dimensão física feminina, livre de aprisionamentos e coerções: as bailarinas Loïe Fuller e Ruth St. Denis, além de Isadora Duncan e, posteriormente, Martha Graham. Da reconquista do corpo estabelecida por estas artistas, Maria Grazia Chiuri e Pierpaolo Piccioli capturam o absoluto, a modernidade sensacional: o desejo de abater estruturas e obstáculos culturais e retornar à natureza.
COLEÇÃO PRIMAVERA/VERÃO 2016 Corpo, movimento, beleza. O tempo como um valor a ser explorado e como horizonte no qua dançar. Maria Grazia Chiuri e Pierpaolo Piccioli imaginaram uma coleção com toque lírico, para a Primavera/Verão Valentino 2016. Convencidos de que a Haute Couture deve estar além dos ritmos sincopados da moda e, assim, poder expressar valores duradouros de uma leveza sonhadora; partiram do corpo, não mais considerado como objeto mas sim sujeito, como fonte de pesquisa formal que cria a beleza individual e sutil. A mulher é a protagonista da narrativa. Livre nos gestos e pensamentos. Descalça, sempre, para reencontrar o contato com a terra, que é a forma muito mais realista e pessoal de equilíbrio interno. Nesta jornada, os Diretores Criativos voltam o olhar para a figura de Mariano Fortuny: o alquimista que manipula a luz a fim de de fixar a eternidade, o artista na fronteira entre o Oriente bizantino e o Ocidente clássico, que cria o vestido moderno, o delphos, que se apodera dos impulsos do progresso no recesso da tradição. Em uma coreografia tão natural quanto composta, Fortuny está cercado por uma galeria cristalizada de personagens cujas pesquisas sobre a liberdade dos gestos nasce de um pensamento profundo sobre a dimensão física feminina, livre de aprisionamentos e coerções: as bailarinas Loïe Fuller e Ruth St. Denis, além de Isadora Duncan e, posteriormente, Martha Graham. Da reconquista do corpo estabelecida por estas artistas, Maria Grazia Chiuri e Pierpaolo Piccioli capturam o absoluto, a modernidade sensacional: o desejo de abater estruturas e obstáculos culturais e retornar à natureza. A coleção tem uma abordagem arejada e vertical. O caráter temporal se concentra nas superfícies: toques retrô sobre veludos, plissados feitos exlusivamente a mão como estivessem prestes a se liquefazer, patchworks compostos por tramas opulentas, animais e volutas pintadas a mão. A riqueza tátil deriva da colaboração com o arquivo têxtil de Fortuny. O orientalismo purificado transforma-se em bizantino precioso ou japonisme explícito em casacos estilo quimono, em padrões de dragões e carpas pintados sobre robes longos. As formas são fluidas, as consistências impalpáveis: túnicas sobrepostas, delphos em veludo plissado, vestidos retos de consistência intangível. A leveza sugere movimento, apenas interrompida por bordados que se sobrepõem aos patchworks e plissados. Uma pátina de imperfeição tocante e humana a tudo impregna, em uma harmonia de cores delicadas que se fundem em tons de verde e vermelho até chegar ao preto. A imagem etérea é pontuada por jóias-signo de Alessandro Gaggio e Harumi Klossowski.