Roupas para um momento de trégua com o stress urbano/digital. O estilo contemporâneo da marca – alfaiataria de inspiração arquitetônica, linguagem geométrica de formas e padrões, materiais explorados de maneira sutil e utilitária – aliado a possibilidades de placidez e contemplação. Uma proposta para se incorporar conceitos do imaginário de hoje, que circulam velozmente em informações e diálogos do ambiente virtual, ao figurino cotidiano: orgânico, natural, leve, despojado.
Acompanhando referências ambientais (céu, Sol, Lua, mar, areia, folhas ao vento) a coleção é pautada por delicadeza e conforto. Os tecidos fazem um jogo de aparências: o laise geométrico vazado lembra renda, a trama do jacquard de seda duchesse remete ao artesanato de antigos tapetes e cestos de palha, o vichy devoré é brejeiro (pense em malemolências baianas) e o linho, no peso ideal para estruturar formas flexíveis, tem cara de jeans. A cartela de cores é mínima e luminosa: branco, amarelo, azul.
O artesanato ancestral também aparece citado nos acessórios, assinados por Vera Cortez, em sua mistura contrastante de pedras (citrino e lápis-lázuli) e metal, além de uma revisão atualizada dos brincos de argolas créole. Nos pés, calçados de bases elevadas e sólidas, como pedestais que enfatizam a silhueta vertical, sublinhada por comprimentos mínis ou longos.
Giuliana Romano apresenta um verão de calmaria, sem estridências. Suave e sensual, ao som da brisa nas árvores, das ondas do mar e do canto dos pássaros. Paz & sossego.
Eduardo Gontijo
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