“Ciclo – Criar com o que temos”

por Marcello Alves

O que é arte? O que faz de uma obra ser considerada arte? O dicionário Aurélio diz: “ARTE s.f. Atividade que supõe a criação de sensações ou de estados de espírito de caráter estético carregados de vivência pessoal e profunda (…) A capacidade criadora do artista de expressar ou transmitir tais sensações ou sentimentos.” Lembro de um professor de História da Arte dizer que a arte estava ligada com o senso estético de cada obra e com o que ela despertava em cada pessoa, e isso ligado diretamente com o conceito de belo. Bom, para muitos é simplesmente o que a personagem de Julia Roberts no filme “O Sorriso de Monalisa” diz: “Arte é arte até alguém dizer que é arte”. Entrar nessa discussão levaria horas de conversa e debate, mas tal conversa nos leva a uma incrível exposição que retrata toda esse contexto.

O CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil, apresenta uma exposição um tanto inusitada. Catorze artistas de diferentes nacionalidades criaram obras usando como matéria prima objetos do cotidiano e dando a eles novos significados. A exposição “Ciclo – Criar com o que temos” reúne os trabalhos de Daniel Canogar, Daniel Rozin, Daniel Senise, Douglas Coupland, Joana Vasconcelos, Julia Castanho, Lorenzo Durantini, Michael Sailstorfer, Pedro Reyes, Petah Coyne, Ryan Gander, Song Dong, Tara Donovan e Tayeba Begum Lipi, e está sob a curadoria de Marcello Dantas.

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A artista portuguesa Joana Vasconcelos impressiona com sua obra chamada “A Noiva”, um lustre que de longe é semelhante e bonito como qualquer outro, mas quando chegamos perto descobrimos que nada mais é que um lustre composto por 20.000 absorventes femininos.

 

A Noiva - Joana Vasconcelos
A Noiva – Joana Vasconcelos

 

Já o artista Petah Coyne, em meio a diferentes tipos de fios criou uma peruca grisalha de 3 metros de altura.

 

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As obras causam impacto, e não seria diferente com os instrumentos musicais a partir de uma coleção de armas feita pelo artista mexicano Pedro Reyes.

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Julia Castagno demorou 3 anos para fazer sua instalação batizada de “Modelo para la Supervivencia”. Foram gastos 100 000 palitos de dente, colados e amarrados.

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Uma das peças que já chama atenção logo na entrada é a escultura, do canadense Douglas Coupland, na qual o público poderá grudar chiclete mascado no seu rosto gigante.

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A exposição está super legal e surpreende a todos. Além dessas instalações exibidas aqui, existem várias outras. Vale sim a visita!

A exposição se encerra no dia 27 de outubro e começa a rodar o Brasil, seguindo diretamente para o CCBB BH e em 2015 para CCBB DF.

 

Quanto: Grátis

Quando: Até 27/10

Onde: Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112 – SP (Próximo às estações Sé e São Bento do Metrô)

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