Por: Jessica Otoboni
TASTE apresenta em vídeo e texto a Gaudi Chair, a segunda peça de mobiliário criada pelo designer holandês Bram Geener, em que ele faz uma homenagem ao genial Antoní Gaudi, artista, designer e arquiteto ícone do modernismo catalão
Gaudi Stool Film from Studio Geenen on Vimeo.
Na virada do século 19 para 20, o genial Antoní Gaudi, expoente do Modernismo espanhol, caracterizou-se por sua arquitetura neo-gótica e também por fazer uso da chamada “curva catenária” em seus projetos (tipo de estrutura muito utilizada em pontes suspensas devido à força extrema da gravidade). Com apenas 26 anos, o designer holandês Bram Geener baseou-se nessas ideias para criar a Gaudi Chair, de 2011, evolução do Gaudi Stool, desenvolvido em 2009, com o acréscimo de um pequeno encosto.
No esqueleto da cadeira, o uso da teoria catenária de Gaudi
A cadeira, que vem sendo aclamadíssima pelos especialistas de design, pesa apenas 1 kg! A peça é feita com fibras de carbono, nylon e vidro, unidas por um jato de laser. O desenho da cadeira foi desenvolvido no computador com a ajuda de um software que distribuiu linhas verticais e horizontais ao longo da superfície do objeto, formando um feixe de grades. É na construção do “esqueleto” que entra a teoria da catenária explorada pelo catalão Gaudi na Igreja da Sagrada Família, em Barcelona, sua grande obra. O modo de fabricar a estrutura que sustenta a cadeira é conseguido ao suspender o conjunto de grades no teto e deixar que a gravidade atue sobre ele, adquirindo o formato mais lógico e a força máxima necessária.
Fascinado pelo mestre, o jovem artista baseou-se no método de construção arquitetônica de Gaudi. Já a ideia de projetar uma cadeira vem do pressuposto de que esta peça de mobilíario tem, segundo Bram, a mais complexa engenharia dentre todos os tipos de mobília existentes.
Design emocional
O projeto de Geener tem o intuito de mostrar que o design pode ser pensado a partir de algo simples, baseado unicamente em conceitos lógicos, e associado a novas tecnologias, resultando em beleza e força. Esse holandês acredita que a qualidade do design afeta emocional e fisicamente quem se serve dele e o utiliza. Por isso, segundo ele, soluciona as peças projetualmente para que resolvam algum tipo de problema e/ou facilitem a vida de seus usuários.
Resta saber: será que o rigoroso e perfeccionista Gaudi aprovaria? 
