#BDGEntrevista Leo Faria

Leo Faria

#BDGEntrevista – Quem é Leo Faria?

Não sei… Sou o que as pessoas percebem em mim e certamente cada pessoa tem uma percepção diferente de mim, então devo ser muitas pessoas diferentes.

 

#BDGEntrevista – Uberlandense, onde mora hoje?

Minha base é São Paulo, mas tenho passado menos tempo na minha casa do que gostaria.

 

#BDGEntrevista – São Paulo, Rio, Paris, Milão ou NY?

Eu amo Milão, aprendi a gostar de Paris, quero entender melhor Londres e sempre achei que viveria em Nova Iorque, mas hoje acho que escolheria Lisboa para me instalar e me deslocar pelo mundo. Por hora, permaneço com minha base em São Paulo.

 

#BDGEntrevista – Qual é o segredo para entrar no mercado internacional?

Por um tempo fui obcecado por tentar descobrir o segredo de sucesso dos fotógrafos que admiro e foi libertador descobrir que não há segredo e que o percurso de cada um é único e singular e foi nesse momento que me encontrei e assumi o controle da minha trajetória.

Eu noto que há um consenso que conduz boa parte dos aspirantes a fotógrafo serem assistentes de fotógrafos consagrados, por fim, a maior parte desses aspirantes acabam por se limitar à trajetória do seu “mestre” e não conquistam seu próprio espaço.

Eu posso falar sobre o meu segredo, que não é um segredo… Nunca fui assistente de fotógrafo e segui um percurso que por vezes foi questionado como não sendo o correto ou ideal e justamente o fato de eu ter feito tudo diferente de todos que fez quem sou hoje e não troco isso por nada e aconselho todos fazer o mesmo.

Leo Faria

#BDGEntrevista – Recentemente recebeu o prêmio Abril, fale sobre a importância do prêmio pra você.

Foi uma surpresa e uma alegria por duas razões, primeiramente pelo prêmio em si, claro, e principalmente pelo fato do prêmio ser julgado por executivos da indústria editorial e não pelos profissionais do mercado de moda que por vezes tem o vício de beneficiar seus pares e desprezar aqueles com trajetória independente e divergente da deles, como é o meu caso.

Esse prêmio foi a prova de que estou no caminho de criar imagens que despertem algo de bom naqueles que não são os ditadores do mercado de moda, ou seja, nas pessoas comuns. Eu trabalho para as pessoas comuns e não para grupos ditadores de tendências.

#BDGEntrevista – Você já teve experiência com grandes celebridades, quem mais gostou de fotografar?

Meu trabalho me aproxima de muita gente bacana que admiro. Eu não seria louco de eleger alguém que mais gosto de fotografar, seria muito comprometedor, kkk… Brincadeira, na verdade de fato não tenho nenhuma preferência. Gosto de criar imagens e isso pode ser feito com qualquer pessoa indiscriminadamente por mais ou menos privilegiada que possa ser. Fotografo com igualdade de esforço e dedicação sempre que estou com a câmera nas mãos.

 

#BDGEntrevista – Como lida com as mudanças?

Procuro estar sempre atento para me beneficiar delas e noto que boa parte do mercado de moda tem aversão a elas e isso parece até um contra-senso numa indústria que vive de inovação e portanto de mudanças… O fato é que o mercado de moda vem perdendo sua hegemonia com as mudanças atuais e isso os incomoda de tal forma que chega a cegá-los enquanto novos grupos surgem e se consolidam.

 

#BDGEntrevista – Você é muito assediado no mercado?

Assédio no sentido desrespeitoso não. Acredito que a seriedade com que conduzo o meu trabalho fica visível a todos e acaba por criar naturalmente um limite nas relações.

Assédio no sentido profissional sim. Cada vez mais tenho me relacionado com marcas que sempre desejei trabalhar e isso de forma totalmente espontânea pois, eu não faço prospecção de clientes e não o faço não por uma estratégia e sim por uma limitação de tempo e equipe.

 

#BDGEntrevista – Há pessoas que ultrapassam o limite?

Nunca passei por uma experiência constrangedora. As pessoas que se aproximam de mim, seja pessoalmente ou digitalmente, sempre demostram carinho e respeito.

 

#BDGEntrevista – Qual a sua formação, sempre gostou de moda e fotografia?

Quando adolescente me apaixonei por Artes Gráficas, me formei em Publicidade e Propaganda e na faculdade tive contato com a fotografia de um modo mais formal, esse contato se estreitou quando fui trabalhar em agências de publicidade e se intensificou alguns anos depois de eu ter aberto minha própria agência de publicidade e ter ministrado aulas de Fotografia e Criação na universidade ESANC / ESPM mas, de fato eu passei para traz da câmera depois de sucessivas frustrações com fotógrafos que não atendiam minhas expectativas enquanto Diretor de Criação e foi aí que optei por fazer eu mesmo passando a me dedicar exclusivamente a fotografia e aqui estou eu já há 12 anos fotografando…

Como fotógrafo trabalhei exclusivamente com moda. Minha agência de publicidade operou por 7 anos e muitos dos clientes que procuravam a minha agência eram relacionados a Moda, quando me dei conta minha agência era especializada em moda e eu um fotógrafo de Moda apaixonado.

Leo Faria

#BDGEntrevista – Como saber se sua foto será sucesso na mídia, é possível saber antes de qualquer publicação?

Nunca me preocupei com isso. Na verdade se eu fosse me preocupar com isso eu não publicaria nada pois nunca gosto plenamente de tudo e quando gosto muito hoje sou capaz de não gostar amanhã.

 

#BDGEntrevista – Você passa uma imagem muito bacana, o anônimo não te assusta, como parece assustar alguns famosos?

Meu maior objetivo é que meu trabalho se aproxime dos anônimos. O que eu crio e integralmente direcionado para agradar a eles e não o mercado.

 

#BDGEntrevista – E o anonimato te assustaria?

O meu trabalho me mantém muito mais no anonimato do que me torna uma figura pública. A fama não é algo que busco. Minha prioridade é que meu trabalho seja reconhecido e que o seja por pessoas anônimas muito mais do que por pessoas consagradas do mercado.

 

#BDGEntrevista – No seu ponto de vista, há parceiros de trabalho que querem aparecer mais do que outro e erram a mão?

Isso sempre existe e é inerente às relações humanas e seus egos. O importante é ser seguro e conduzir essas situações de forma a garantir os resultados desejados. Um excelente exemplo disso é a foto que recebeu o prêmio Abril de melhor fotografia de Moda de 2016, no dia em que a fiz, tive problemas com um dos integrantes da equipe que me questionava diante de todos em alto e bom tom sobre o método de captação da imagem, por fim segui com meu trabalho desconsiderando as críticas nada construtivas e tive a imagem premiada.

 

#BDGEntrevista – Há pessoas chaves, que nunca devem ser deixadas de lado?

Todos que fazem parte da minha história nunca serão deixados de lado.

 

#BDGEntrevista – Como se diz um ‘não’ de maneira elegante?

Com sinceridade. Venho cada vez mais aprendendo a dizer não quando não acredito na proposta que me é feita.

 

#BDGEntrevista – Na sua cidade local, mantém vínculos verdadeiros de amizade?

Primeiramente mantenho minha família inteira, apenas eu me desgarrei, kkk… e claro tenho amigos de infância que mantenho até hoje com carinho.

 

#BDGEntrevista – O que acha que as pessoas que te admiram, veem em você?

Um profissional sério, extremamente dedicado e exigente e verdadeiramente acessível a todos. Pelo menos espero, kkk…

 

#BDGEntrevista – Você vem de uma família abastada? O dinheiro abre portas?

Tive uma infância de classe média interrompida por uma falência devastadora que me fez prometer a mim mesmo devolver aos meus pais tudo aquilo que eles perderam e talvez isso seja o meu maior incentivo profissional.

Confesso que não sei se o dinheiro abre portas, talvez sim em alguns casos. O que posso afirmar é que não contei com esse recurso. Precisei conquistar o meu dinheiro que investi na minha carreira e na promessa de devolver aos meus pais tudo o que eles perderam.

 

#BDGEntrevista – Você pode ser considerado um homem rico?

Tenho uma família onde o amor e o respeito são recíprocos entre todos e sou plenamente realizado profissionalmente e pessoalmente e essas são as minhas maiores riquezas.

 

#BDGEntrevista – Você se considera uma pessoa de fácil acesso?

Muito fácil acesso.

 

#BDGEntrevista – Ou só famosos tem esta abertura facilitada?

Cada vez mais os famosos tem essa abertura dificultada principalmente quando procuram estabelecer uma relação onde apenas um lado se beneficia.

 

#BDGEntrevista – Como manter um super network?

Fazendo Network apenas com pessoas que você se identifica e acredita e nunca por interesse.

 

#BDGEntrevista – Na sua forma de ver as coisas, o que o seu trabalho mudou o mercado? Como era antes e como é hoje?

Certamente meu trabalho não mudou o mercado, na verdade me apropriei de uma linguagem fotográfica que já é amplamente explorada por muitos fotógrafos há muito tempo e que agora vem cada vez mais ganhando espaço e importância por conta da sua proximidade com o real.

 

#BDGEntrevista – Pra finalizar, você ainda tem sonhos a realizar? Mande um recado para quem tem um grande sonho.

Tenho MUITOS sonhos a realizar. Ainda falta quase tudo a conquistar profissionalmente. Ainda não conquistei nem 5% do que sonho.

O recado para quem tem um grande sonho? Sorte a sua. Os sonhos são a motivação para evoluirmos. Curta seus sonhos e crie caminhos divertidos e gratificantes para alcança-los mas não os torne mais importantes ou maiores do que a realidade pois eles também são capazes de te destruir.

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