Ricardo Medauar Ommati [1]
Há quem não acredite na existência da perfeição, porquanto seja difícil agradar a todos ao mesmo tempo. É difícil visitar as Ilhas Maldivas sem acreditar que, naquele arquipélago, não existiu presença de Deus pintando de azul todas as matizes do mar, em nuance que varia do anil ao turquesa, passando pelo caleidoscópio de cores da natureza.
Situada no Oceano Índico (a 1h de vôo de Colombo-Sri Lanka ou 4h de vôo de Mumbai-India), do céu avistam-se pedaços de terra intercalados pelo furta cor do mar – à medida em que o avião se aproxima do solo, as imagens ganham contorno e, do céu, percebe-se que cada ilha das Maldivas possui um habitat diferenciado, quer seja por resorts luxuosos, quer seja pelas ocupações de nativos em mata virgem preservada.
Ao aterrissar, uma surpresa: os taxis do aeroporto são lanchas ou hidroaviões que guiarão os turistas diretamente às suas habitações, haja vista que a maioria deles se hospedará em resorts, por 2 motivos: primeiro porque a capital (Malé) não oferece praia propícia para banho; segundo porque, em decorrência da religião islã, os únicos lugares onde é possível ingerir bebida alcóolica é nas ilhas ocupadas por resorts.
Não é barato hospedar-se nesse paraíso: há resorts exclusivos, com no máximo 10 quartos, que cobram mais de 5 mil reais a diária (Jumeirah, One&Only Reethi, Taj Resort); mas há os mais “populares”, que cobram em torno de 800/ 2.000 reais a diária (Holliday Inn Kandooma, Sheraton, W Maldives) – estes, os preferidos dos solteiros, pela quantidade maior de quartos e visitantes.
No Resort Holliday Inn Kandooma, por exemplo, as acomodações em bangalôs suspensos na água (com preço médio de 2.000 reais/diária) permitem que o hóspede tenha acesso direto ao mar, descendo apenas uma escada (ou simplesmente pulando!); ou que se deite numa cama de tela transparente, vendo os peixes nadarem nas águas, logo abaixo. Da cama (ou da ducha da banheira), basta abrir a cortina para avistar o mar.
1.196 Ilhas (das quais 203 são habitadas) intercalam-se em 26 atóis, cobrindo uma rede de corais e barras de areia, resultante de uma cordilheira submersa de 900 km de comprimento do Oceano Índico.
O mar das Ilhas Maldivas possui cardumes, corais, golfinhos e tartarugas marinhas, todas nitidamente visíveis. Alguns dividem o mar com os banhistas, lado a lado. Outros conseguem ser avistados com simples snorkling. As lagostas podem ser pescadas com facilidade – e existem passeios oferecidos por resorts em que o próprio hóspede escolhe, no mar, a lagosta que degustará à noite. O clima de romance aumenta à medida em que a mesa de jantar é montada à beira da praia (benesse oferecida pelo resort Holliday Inn, por exemplo) e só esse casal poderá saber quão especial é uma ceia exclusiva nas Ilhas Maldivas.
Passam-se horas no mar e não se percebem – a temperatura ideal massageia o corpo; faz esquecer que existe vida além daquela; torna pequenos os problemas acaso existentes no cotidiano. Não só horas – passam-se dias e, quando a estada finda, no caminho de lancha ou de hidroavião até o aeroporto, percebe-se que as Maldivas deixaram rastros muito além do bronzeado na pele. Somente os que já tocaram nesse paraíso conseguem compreender a divina majestade da Natureza.
[1] Analista Judiciário do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo; graduando em Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi – São Paulo. @Richmedauarommati ; ricardoommati@gmail.com