Toda novela que se preze tem que ter um personagem com desvio de caráter para atrapalhar a vida dos mocinhos. Se antes os atores fugiam dos papéis de vilões, agora eles torcem para serem escalados para fazer maldades em um folhetim.
De uns tempos para cá, os antagonistas têm ofuscado os protagonistas e, apesar das maldades cometidas por eles, muitos caíram no gosto dos telespectadores e povoam a memória do público.
O Famosidades reuniu vilões que marcaram a teledramaturgia brasileira em uma galeria que deixa qualquer um com frio na espinha. Confira!
Nice era um verdadeiro anjo perto das maldades de Lêoncio (Rubens de Falco) em “Escrava Isaura” (1976). Na trama escrita por Gilberto Braga, o fazendeiro era apaixonado loucamente por Isaura (Lucélia Santos), uma escrava branca alforriada por sua mãe antes de morrer. Para continuar ao lado da jovem, o vilão esconde a carta, mas tem que lidar com a rejeição da escrava. Inescrupuloso e cruel, ele submete a amada a todo tipo de maldade para que a escrava mude de ideia. Leôncio se mata no último capítulo após descobrir que, além de perder Isaura, está falido.
Odete Roitman, imortalizada por Beatriz Segall, ocupa o posto de maior vilã da TV brasileira. Em “Vale Tudo” (1989), a empresária rica, fina e arrogante, tinha o hábito de manipular a tudo e a todos, principalmente a vida dos filhos. Para fazer com que Heleninha (Renata Sorrah) se case com um dos diretores de sua empresa, Odete faz um acordo com Maria de Fátima: pede que a jovem faça com que Ivan (Antônio Fagundes) termine seu relacionamento com sua mãe e em troca ela fará com que o caçula Afonso (Cássio Gabus) se case com a moça. No decorrer da trama, a empresária faz de tudo para arruinar a vida de Raquel (Regina Duarte), mãe de sua nora e ex de Ivan. Pouco antes do final da novela, a megera é assassinada por engano por Laura (Cássia Kiss). Mas, o público só descobre o verdadeiro assassino no último capítulo.
Em “Tieta” (1989), por inveja da irmã, a beata Perpétua (Joana Fomm) fez com que o pai a expulsasse de casa. Só que ela não esperava que Tieta fosse voltar a cidade anos depois poderosa e mais linda do que nunca. Ao longo da trama, as duas protagonizaram brigas inesquecíveis. A vilã ainda teve que engolir o namoro de seu filho com a tia.
Em “Mulheres de Areia” (1993), Glória Pires fazia a heroína e a vilã da trama, as gêmeas Ruth e Raquel. Se a primeira era a pureza em pessoa, a segunda era personificação da maldade. Raquel se aproveitou da semelhança física da irmã para lhe roubar o amor de sua vida, o rico empresário Marcos Assunção (Guilherme Fontes). Egoísta e ambiciosa, ela também se divertia maltratando o escultor Tonho da Lua (Marcos Frota). O rapaz, que sofria de problemas mentais, era apaixonado por Ruth.
Nazaré (Renata Sorrah) é uma das vilãs mais lembradas pelo público. Aguinaldo Silva estava inspirado quando criou a personagem de “Senhora do Destino” (2004). Para arrumar um casamento e se livrar do bordel onde trabalhava, a loira sequestrou Lindalva (Carolina Dieckamnn), filha de Maria do Carmo (Susana Vieira), e fingiu que a menina era sua filha legítima. Quando seu marido descobriu a verdade, não pensou duas vezes em matá-lo. A falsa enfermeira o empurrou do alto de uma escada para manter seu segredo. Com suas tiradas engraçadas, conquistou parte do público que se divertia com as maldades de Nazaré. No último capítulo, se jogou de uma ponte de mais de 90 metros de altura.
Em “Alma Gêmea” (2005), a invejosa Cristina (Flávia Alessandra) arma um assalto para ficar com as jóias da prima Luna (Liliana Castro) que acaba resultando na morte da jovem. Daí em diante, a megera começa seu plano para se casar com o viúvo Rafael (Du Moscovis). Os planos da moça vão por água abaixo quando a índia Serena (Priscila Fantin) chega a cidade e acaba conquistando o coração do botânico. Reencarnação de Luna, a morena é vítima das armadilhas da loira que tentou de tudo para tirar a rival de seu caminho. Cristina é mais uma vilã que acaba morrendo louca em um incêndio.
Em “Duas Caras” (2007), Alinne Moraes roubou a cena e se transformou na grande vilã da trama. Sua personagem, a mimada Sílvia, se apaixonou por Ferraço (Dalton Vigh) – até então vilão da história, e se tornou uma psicopata à beira da loucura. A jovem tentou matar o enteado afogado e se jogou do alto da escada só para estragar a festa do menino. A morena terminou a trama casada com um milionário francês, fugiu do país para escapar da prisão e levou o amante motorista.
João Emanuel Carneiro enganou a todos com a cara de boazinha de Flora (Patrícia Pillar) em “A Favorita” (2009). No começo da trama, a loira parecia uma típica heroína injustiçada. A loira foi presa, acusada da morte do amante cuja a única testemunha do crime é sua antiga parceira em uma dupla sertaneja, Donatela (Claudia Raia). Após cumpria pena de 18 anos de prisão, ela deixa o local disposta a provar sua inocência. Só que no meio da trama o público descobre que Flora, além de ser culpada pelo crime, é uma psicopata. Disposta a destruir Donatela por inveja, cometeu vários assassinatos para incriminar a rival. No final, ela acaba presa e louca.
Em “Passione” (2010), o público acompanhou as maldades de Clara. A loirinha era um verdadeiro demônio. Mentirosa e dissimulada, ela matou Eugênio (Mauro Mendonça), após descobrir que o paradeiro do filho de sua esposa. Com isso, a jovem armou um plano de se casar com o italiano Totó (Tony Ramos), herdeiro de uma fortuna no Brasil. Explorada pela avó quando criança, ela matou seu antigo cliente – e amente – a facadas. Aliada a Fred (Reynaldo Gianechinni), Clara deu um golpe no cúmplice para ficar com todo o dinheiro Totó. A vilã passou boa parte da trama tentando matar o italiano sem sucesso. Em determinado momento da trama, ela acaba sendo presa e se faz passar por boazinha. A megera termina a novela do jeito que começou como enfermeira de um ricaço com problemas de saúde. antes disso, ela faz com que Fred apodreça atrás das grades por um crime que ele não cometeu.