Soul flex e Sportage dão pontapé

Ao caminhar por uma grande concessionária da Kia em Itu, no interior de São Paulo, não se percebe a presença do Kia Picanto. Afinal, ele é o último resquício de uma imagem que a Kia quer deixar para trás. Nas mãos do diretor de design Peter Schreyer, a fabricante sul coreana tomou outro rumo. Design atraente, bom acabamento, motorização moderna e, especificamente no Brasil, garantia de cinco anos, são os pilares que têm conduzido a Kia a uma briga de igual para igual com concorrentes nortemaericanas e europeias. 

No mercado nacional, o processo é justificado por números. Em 2010, a Kia comercializou perto de 54.500 unidades. Em 2011, o número deve saltar para 104 mil. Grande parte desta expectativa será atendida pelos recentes lançamentos daterceira geração do Sportage e da versão flex do Soul. O antigo Picanto, que já destoa da linha, será substituído no segundo semestre por um modelo totalmente diferente, com motor flex de 1,0 litro. O sedã grande Optima, o Cerato flex e o esportivo Cerato Koup também fazem parte da ofensiva para 2011. 

A atenção específica em relação ao mercado brasileiro pode ser traduzida no desenvolvimento de motores bicombustíveis específicos para o país. Tanto o 1.6 como o 1.0 que virá no Picanto serão comercializados somente no Brasil. Para o bloco 1.6, foram 18 meses de estudo e avaliações. A montadora, no entanto, não divulgou o investimento no projeto. 

Terceira geração do Sportage agrada

Totalmente reformulada, a terceira geração do Sportage foi mostrada ao público durante o Salão do Automóvel, em outubro. As vendas do utilitário, no entanto, começam oficialmente em abril, com valores entre R$ 83.900 e R$ 105.900. São cinco versões, com opção de câmbio manual ou automático de seis velocidades, tração 4×2 ou 4×4. Todas elas são equipadas com motor de 2,0 litros a gasolina. 

As modificações estéticas e mecânicas credenciaram o Sportage a brigar de igual para igual com concorrentes de peso, como Honda CR-V, Toyota RAV-4, Chevrolet Captiva e com o meio irmão Hyundai iX35, com quem compartilha o conjunto mecânico. Na lista de rivais, a Kia ainda aponta o Suzuki Grand Vitara, o Volkswagen Tiguan e o BMW X1. O objetivo da Kia é atingir 16 mil unidades em 2011; em 2010, foram 7.436 modelos. 

O conjunto formado pelo motor de 2,0 litros 16v (166 cv a 6.200 rpm e 20,1 mkgf a 4.600 giros) e pela transmissão automática de seis velocidades trabalha em harmonia para rodar em trecho urbano. As mudanças de marcha no modo drive têm pouca perda de força entre as velocidades, mas, nas ladeiras, com o carro cheio, é necessário apertar o pedal do acelerador com um pouco mais de força para embalar. 

Em relação à aparência externa, o Sportage recebeu a identidade visual já presente em outros modelos, como o Cerato. O utilitário compacto cresceu em comprimento e largura, mas está mais baixo para acrescentar robustez. O acabamento interno agrada pela localização e praticidade dos comandos, assim como pelo material das peças. O pênalti está no tamanho do porta-malas de 740 litros. É bem provável que cinco pessoas com bagagem tenham de apertar suas malas no compartimento. 

Entre os itens de fábrica das versões mais caras, vale citar ar-condicionado dual zone, chave inteligente com botão liga/desliga, piloto automático, câmera traseira para manobra de ré, teto solar elétrico duplo, retrovisor interno eletrocrômico e dez airbags. 

Além de motor, Soul ganha transmissão diferenciada

As mudanças mecânicas incorporadas à linha 2011 do Soul ficam por conta do novo motor e da transmissão automática, que agora permite as mudanças de velocidades manualmente. Funcionalmente, o modelo ganhou novas maçanetas externas e cluster no painel. Os preços partem de R$ 52.900 e chegam a R$ 65.900, sendo quatro versões com câmbio manual e três com a caixa automática. 

O bloco de 1,6 litro chega aos 130 cv de potência a 6.300 rpm e 16,5 mkgf de torque a 5.000 giros com álcool. Quando abastecido com gasolina, o Soul ganhou 2 cv na potência em comparação ao modelo anterior, de 124 cv. A transmissão automática de quatro velocidades oferece trocas manuais por meio da alavanca. Com a facilidade, as retomadas de velocidade são feitas em menos tempo, de acordo com a decisão do motorista, e não do motor. 

As alterações deverão levar o Soul à meta de 18 mil unidades comercializadas em 2011, contra 8.662 em 2010, de acordo com a expectativa da montadora. A maior parte das vendas está concentrada na versão manual, com 60% de participação. 

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