Que os relógios Patek Philippe costumam deixar um grande impacto nos leilões por onde passam, já é sabido. Afinal, não é de estranhar que os 10 relógios mais caros de sempre sejam todos eles desta marca. Mas será que se pode dizer que não é notícia o facto de um relógio ser arrematado por mais de um milhão de dólares?
Aconteceu em 7 de Outubro, num leilão da Patrizzi Co. em Nova Iorque. De longe a mais importante peça em disputa (se bem que não o único exemplar desta marca), trata-se do imponente Sky Moon Tourbillon da Patek Philippe, apresentado como nada mais nada menos que o relógio de pulso mais complicado jamais feito.
Trata-se de uma belíssima caixa em ouro de 18 quilates e duplo mostrador, ambos com motivos especiais de interesse. O da frente é o verdadeiro motivo de raridade: é negro, o que aliado ao ouro da caixa, resulta numa das mais invulgares combinações – e, acrescentamos, belas. Nele pode ser contemplado o calendário perpétuo (com ponteiro de dias do mês retrógrado) e indicador das fases lunares, incluindo ainda um repetidor de minutos, movimento assente no tourbillon oculto. Já o verso é o que dá nome ao relógio e constitui uma verdadeira delícia horológica: nele observamos o mapa estelar e lunar, num sedutor azul que combina harmoniosamente com o ouro da caixa, finalizado com o tempo sideral.
São, no total, uns inacreditáveis 694 componentes, feitos (pelo menos parcialmente) à mão. E para ter uma noção do tamanho de que falamos, o tourbillon – que por si só é composto por 69 peças – pesa 0,3 gramas.
Correspondendo às expectativas iniciais, o Sky Moon Tourbillon foi arrematado por 1,2 milhões de dólares, um valor que mesmo não sendo novidade por entre o histórico da Patek Philippe, o é na conjuntura actual: é a primeira vez desde o início da recessão mundial que um relógio chega a este valor.
Sinais de recuperação económica ou, pelo contrário, de que o investimento nestas peças é a aposta mais segura numa era de incertezas e de poupanças?
Talvez um misto de ambos?
