Os Enigmas da Índia

Ricardo Ommati

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Dentre tantas surpresas que o mundo oferece, talvez a mais enigmática de todas seja a Índia. Descrevê-la em pormenores é tarefa difícil porque a riqueza de detalhes não cabe na linguagem escrita, porquanto seja vasto o dicionário. Cores, mistério, religiões. História. Arquitetura. Costumes, comida, originalidade. Resgate de civilizações. Eis a Índia.

Um mundo à parte na Terra, alojada na Ásia Meridional, a India se junta, ao Norte, com a cordilheira do Himalaia, estando banhada pelo Mar Arábico, Oceano Índico, cujos vizinhos são Paquistão, Nepal, China, Mianmar, Butão e Bangladesh.

Desde a Antigüidade, há registros importantes de feitos grandiosos. A História  intensificou-se ao longo os anos, na época das grandes navegações de Vasco da Gama, enquanto o Brasil ainda estava por ser descoberto: a India já se tornara referênciaem matéria-prima, cobiçada por todos os países ricos. Parte dela foi colônia portuguesa (a região de Goa – onde, diferentemente das demais regiões, guarda similaridades com o Portugal). As famosas “especiarias” alastraram-se para o restante do mundo. Não tardou para que várias empresas (em que se incluiu a Companhia Britânica das Índias Orientais), sugassem veementemente a abundante riqueza existente nos produtos daquela civilização.

Com dimensões vastas e com população de mais de 1 bilhão de habitantes (segundo país mais populoso do mundo), a Índia é a décima maior economia do mundo em PIB nominal e a terceira maior economia, considerando o PIB medido em poder de compra. Tais dados contrastam absurdamente com a imensa pobreza existente no pais, revelando um universo de triste desigualdade – quiçá, o maior contingente de pobreza do mundo. Uma corrida curta de taxi custa apenas 2 reais. Toma-se café por 1 real. Água potável engarrafada, 1 real. Roupas indianas, 10 reais. Adereços a preços baixíssimos – nem por isso, feios (pelo contrário, estamos na Índia! Com pedrarias, cores, estilo).

Motocicletas dividem espaço com carros, pedestres, vacas, macacos, cachorros e gatos. Tudo junto, solto e de uma só vez. Mistura, ecletismo. Os famosos “tun-tun” (espécies de triciclos que, a princípio, deveriam carregar até 3 pessoas, mas que chegam a transportar 10) lutam por um espaço para trafegarem. Loucura a céu aberto. Furdúncio? – É cultura! É trend. De vez em quando, aparecem camelos, também utilizados para o transporte de mercadorias. Elefantes e búfalos não hesitam em atravessar as ruas.

Festival caótico no Oriente. É festa? É real. Índia: cotidiano. As calçadas ainda abrigam traillers vendendo comida (de procedência não recomendada!) e camelôs com quinquilharias. Indianos colhem fezes de vacas (sagradas!) – crianças, mulheres, grávidas, idosos e estrangeiros se misturam na mesma caminhada, com rumo ou sem rumo – não importa. Todos chegarão a algum destino. Buzinas de carros ensurdecem. Sem respeitarem as faixas, filas extras se formam nos acostamentos. A India é céu e inferno. Luz e escuridão. Enigma e salvação.

Em meio a tanta pobreza, um dado peculiar: não se registram roubos ou violência a mão armada. Apesar de miseráveis, na índole dos indianos prevalece a moral – talvez alimentada pelos deuses – de que o roubo é profano. Eles se contentam com a miséria, alimentando-se de  fé, vinda do espírito.

No maior contraste da Terra, uma redenção: Taj Mahal. Uma das novas maravilhas da natureza – colosso que abriga o mausoléu construído pelo imperador Shah Jahan em prova de amor à sua esposa, o grande monumento nunca teve função pública relevante, a não ser a de abrigar uma tumba. Feito inteiro de mármore branco, talhado com pedras preciosas (esmeralda bruta, lapis lazuli, quartzo e rubi), por todo o Taj Mahal há apliques coloridos, valiosíssimos, encrustados, pedra a pedra, manualmente.

O lado rico da Índia também existe em Jaipur (a famosa “cidade rosa” do Oriente), onde todas as construções são cor de rosa, abrigando o Amber Fort, castelo digno de realeza mais exigente que Versalles. Vale a pena investir em jóias, onde rubis, esmeraldas e safiras (brancas e azuis) enchem os olhos, a preços convidativos.

Mumbai é a cidade mais cosmopolita da Índia. Para baladas, o destino imperdível é a cobertura do Hotel Four Season, onde o bar EAR oferece lounge com vista para a cidade, à semelhança dos melhores rooftop internacionais. Também, há de se ver a mansão do homem mais rico do mundo, o multibilionário Mukesh Ambani, ostentando 27 andares e 36 mil metros quadrados, em plena Mumbai.

Os contrastes da Índia ensinam que tanto a pobreza como a riqueza têm o mesmo lugar ao sol. Como os indianos são um povo extremamente alegre, eles provam que a felicidade existe tanto na miséria assustadora, como na riqueza mais assustadora ainda.

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Hasta luego.

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